OS ESCRIBAS DO PORTO – I

Há dois escribas afectos ao F.C. Porto que escrevem, frequentemente com verbo forte, sobre futebol no maior diário desportivo nacional. Um deles é Miguel Sousa Tavares (MST), com cujas opiniões relativas ao reino do nacional pontapé na bola tenho, quanto a mim, o saudável hábito de discordar. Foi por isso mesmo que dei por mim subitamente preocupado com uma série de de recentes concordâncias de opinião entre os dois. Vejamos:

Caso 1º – Disse MST há uns meses que uma boa prestação da selecção portuguesa no recente Euro 2012 seria não ser enxovalhada na fase de grupos. Eu assinei por baixo.

Caso 2º – Convencido pelas exibições e resultados do luso seleccionado, MST deu o braço a torcer, reconheceu qualidade aos pupilos de Paulo Bento e considerou-se, com pátrio agrado, alegremente enganado na sua anterior opinião. Eu fiz o mesmo.

Caso 3º – Decorrente da mesma prestação, exaltou as qualidades de um João Moutinho como raro se vira na selecção e no seu clube. Até então, eu sempre pensara em João Moutinho como muito mais parra do que uva. Mais, depois da rábula da maçã podre, pensava apenas que o moço encontrara finalmente o seu lugar no clube certo, com todas as históorias da fruta, e tal. Mas vi-me forçado a reconhecer que Portugal rendeu o que todos viram muito por culpa do empenho e arte do pequeno algarvio.

Caso 4º – Europeu para trás, pôs MST o dedo na ferida e explicou que as duas maiores potências do nosso pontapé no couro não podem ter os seus plantéis fechados porque, comadres falidas e parentes pobres da Europa da bola, desesperam por vendas milionárias (Hulk, Witsel,…) que lhes equilibrem as finanças. Eu? Mais de acordo, impossível.

Ora, quando a coisa ameaçava tornar-se uma crise de compatibilidade crónica entre os dois, eis que está aí o Campeonato em versão 2012-2013. Com Benfica-Braga, hoje. E Gil Vicente-F.C. Porto, amanhã. Tenho a certeza que a insuspeita isenção de MST virá ao de cima mais uma vez, fazendo-o ler os lances mais “quentes” de modo diiferente do meu. Se ao menos fossem todos referentes a jogos do Olhanense…

Paulo A. Moreira

1 thoughts on “OS ESCRIBAS DO PORTO – I

  1. Panama diz:

    Caso 3º – Decorrente da mesma prestação, exaltou as qualidades de um João Moutinho como raro se vira na selecção e no seu clube. Até então, eu sempre pensara em João Moutinho como muito mais parra do que uva. Mais, depois da rábula da maçã podre, pensava apenas que o moço encontrara finalmente o seu lugar no clube certo, com todas as históorias da fruta, e tal. Mas vi-me forçado a reconhecer que Portugal rendeu o que todos viram muito por culpa do empenho e arte do pequeno algarvio.

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